O que se espera, agora, é que a Justiça norte-americana tenha o bom senso que faltou ao Supremo Tribunal Federal em 2017. Naquela ocasião, o STF considerou válida a triangulação entre Brasil, Opas e Cuba, dando aval a uma quebra de isonomia entre os cubanos e os demais estrangeiros alegando que, tecnicamente, os cubanos não recebiam salário, mas bolsa. Seis ministros se apegaram ao formalismo ignorando que o formato havia sido desenhado exatamente para permitir o envio do dinheiro aos cofres da ditadura dos Castro. 5y3l3w
O processo que corre nos Estados Unidos é uma ação coletiva; seu resultado se aplica não apenas aos quatro cubanos, mas a todos os demais ex-integrantes do Mais Médicos que vivam nos EUA. Se a ação prosperar, é altamente improvável que o Brasil seja chamado a pagar algo aos médicos – primeiro, porque os processados são a Opas e seus diretores, não o governo brasileiro; segundo, porque o Brasil já desembolsou as quantias corretas, e foi a Opas que lhes deu o destino errado. Mas a derrota moral do governo petista neste caso é certa. Mesmo que a Opas encontre alguma brecha técnica e escape impune, tudo o que já foi levantado e exposto acerca do Mais Médicos basta para mostrar a todo o mundo o caráter perverso de um acordo no qual Dilma e o PT foram parte ativa.