Isso significa que o país precisa aumentar sua taxa de investimento como fração do PIB, que hoje gira em torno de 17%, quando o ideal seria aproximar-se de 25%. Essa distância é muito grande e o caminho para vencê-la, ou pelo menos reduzi-la, requer investimentos nacionais privados, investimentos do governo e investimentos estrangeiros, de forma regular, todos os anos. O parque produtivo brasileiro, especialmente o parque industrial, vem sofrendo há pelo menos quatro décadas com o envelhecimento, a baixa produtividade e a baixa taxa de expansão, e isso está entre as causas do atraso ainda existente no país, principalmente quando se tem em conta que o crescimento que efetivamente contribui com a elevação da renda por habitante e melhoria social é pela taxa de aumento do PIB menos a taxa de crescimento populacional. w6n2c
Se, para um aumento de 2,9% no PIB, o aumento da população ficar em 0,6%, o crescimento do PIB per capita será de 2,3%, lembrando que o PIB é o aumento da produção do país antes de descontado o desgaste de todo o estoque de capital físico (a depreciação). O capital físico, desde a infraestrutura até as máquinas e equipamentos, se desgasta durante o processo produtivo e requer reposição, substituição e expansão, razão pela qual uma fração do PIB deve ser composta por bens de capital e não por bens e serviços de consumo. É por essas e outras razões que os especialistas afirmam há tempos que o Brasil teria de aumentar o PIB anualmente em torno de 5% para, em três décadas, atingir renda per capita que o aproximasse dos países desenvolvidos. Assim, nada mais esdrúxulo que um país ver seu próprio governo criticando de forma grotesca setores econômicos que estão entre os de melhor desempenho.