E não é preciso que tenha havido racismo para que lamentemos a morte de João Alberto Freitas como sintoma de uma falência moral generalizada, em que se dá tão pouco valor a uma vida humana a ponto de haver indivíduos que se julgam na posição de matar por quase nada – e nisso o segurança que sufoca Freitas não difere do assaltante que puxa o gatilho da arma; ambos fazem suas escolhas guiados pela desumanização da vítima. Que algo assim ocorra enquanto outras pessoas que poderiam ter coibido o ato brutal se omitem ou agem para impedir que outros intervenham só ressalta o tamanho dessa deterioração moral.