Estamos falando de pessoas com plena consciência de que uma economia arrumada, fiscalmente responsável, é o melhor meio de ajudar um país a crescer, com geração de emprego e renda; pessoas que sabem do mal que o desarranjo fiscal provoca na economia. E esse conhecimento não é apenas teórico, mas algo testado no Brasil real, algo que Meirelles, Bacha, Malan, Fraga e Arida viveram na pele como formuladores de política econômica. Mesmo assim, eles deram apoio incondicional a um público e notório defensor da gastança, sem exigir dele nenhum compromisso, na mera expectativa de que Lula caísse em si e, de repente, começasse a fazer a coisa certa. O apoio de economistas tidos como mais sensatos certamente serviu a Lula, mas agora o petista não precisa mais dele; quanto ao resto do país, que não se esqueça do papel a que tais economistas se prestaram durante a campanha, especialmente quando começarem a abandonar o navio fingindo que não tiveram nada a ver com o iminente naufrágio. t4m4c

Meirelles, os que o ouviram na palestra do BTG e outros economistas que “fizeram o L”, como o quarteto de “pais do real”, não precisam de sorte. Eles têm patrimônio, além da informação e do conhecimento necessários para protegê-lo. Quem vai realmente pagar o pato se Lula repetir Dilma é o brasileiro pobre, que não consegue guardar dinheiro e verá seu poder de compra corroído pela inflação, isso se não acabar perdendo o emprego. Este precisará de mais que sorte para ar pela turbulência que a eventual irresponsabilidade fiscal de Lula irá causar: precisará de um verdadeiro milagre.