Embora haja diagnósticos diferentes para a compreensão desse problema, cinco causas aparecem com frequência nos estudos e análises: 1. longo histórico de maus governos, com castas de políticos e burocratas incompetentes e corruptos; 2. alta deficiência qualitativa da educação; 3. precária infraestrutura física (energia, transportes, telecomunicações, portos, aeroportos, sistema urbano de circulação); 4. ambiente institucional e jurídico inibidor do investimento e do espírito de iniciativa; 5. setor estatal inchado, caro e ineficiente, configurando pesado ônus sobre os ombros das pessoas, empresas e processos produtivos privados. 115kq

Infelizmente, o Brasil já abusou demais do desperdício de tempo e, considerando o envelhecimento da população e a perda do bônus demográfico, não há mais muito tempo que possa ser perdido, sob pena de jamais tornar-se um país desenvolvido. Apesar disso, a última eleição talvez tenha sido o pleito eleitoral mais precário dos últimos tempos quanto à clareza, por parte dos candidatos, de quais eram suas ideias para a sociedade. A chapa vencedora do pleito presidencial nem mesmo chegou a protocolar plano de governo detalhado. A formação de expectativa econômica no plano nacional tornou-se exercício ao acaso, pois não há elementos de certeza razoável necessários para profecias minimamente críveis. Os primeiros dias do novo governo já demonstraram para onde Lula e o PT querem levar o país, dando marcha a ré em avanços importantes como marcos regulatórios, reforma da Previdência e reforma trabalhista, e apresentando um pacote de contenção do déficit que aposta fortemente no aumento da arrecadação, com minúsculos cortes de gastos. No entanto, ainda é preciso saber que tamanho terá a base aliada no Congresso e se ela será capaz de concretizar ou de barrar os planos petistas. Enquanto isso, expectativas econômicas sérias e bem embasadas estão na coluna de “suspenso”.