Assim, é grande a possibilidade de que a decisão sobre a anulação dos processos seja referendada ou derrubada pela Segunda Turma ou pelo plenário antes que se volte a discutir a suspeição de Moro, exatamente como Fachin queria. Deveríamos ficar satisfeitos com isso? Nem de longe, pois os ministros já demonstraram que estão dispostos a levar adiante este circo de perseguição ao ex-juiz e ex-ministro – e, por extensão, à Lava Jato como um todo – mesmo que os processos sejam definitivamente anulados. Uma eventual decisão pela suspeição já seria uma enorme injustiça em condições normais, dada a fragilidade de todas as alegações da defesa de Lula; que se decida desta forma mesmo com os processos anulados, sendo que a nulidade atingiria também o habeas corpus ora em debate, apenas acrescentaria um enorme abuso e comprovaria que o chamado lawfare atribuído a Moro vem, na verdade, da corte suprema.