Por fim, o senador ainda omite o fato de que a atual política de preços da Petrobras, que tem levado a margens de lucro bastante criticadas na justificativa do PL 1.472, foi uma resposta quase que obrigatória à devastação promovida pelo PT na estatal: corrupção, represamento artificial de preços e decisões de negócio como a de Pasadena fizeram da Petrobras a petrolífera mais endividada do mundo, destruindo sua capacidade de investimento. O estrago está sendo aos poucos remediado – a dívida bruta da estatal, que superou os US$ 130 bilhões em 2014, agora está na casa dos US$ 60 bilhões, meta que era prevista para 2022 –, mas ainda há muito trabalho de recuperação a realizar. y5o3s

Combustíveis caros são, sim, um problema sério e que tem potencial de frear o desenvolvimento do país, e a imprevisibilidade na determinação de preços atrapalha decisões importantes de negócio em vários setores. Nada impede que governo e parlamentares procurem meios de atenuar o efeito das recentes altas e busquem inspiração nas melhores experiências internacionais – Carvalho alega que fundos de estabilização foram bem sucedidos no Chile e no Peru, e que a Dinamarca tributa a exportação da commodity, mas não aprofunda semelhanças e diferenças entre o Brasil e esses países em seus mercados de petróleo. Mas já se sabe há um bom tempo que canetadas e intervencionismos não são a resposta. Não funcionaram nem com a Petrobras, nem com o setor elétrico, desorganizado por Dilma Rousseff com a MP 579, que também tinha a “boa intenção” de reduzir os preços da energia.