Nem todo doutor é ótimo professor e há ótimos professores sem mestrado nem doutorado: lecionar difere de pesquisar.
Longe de mim menoscabar o potencial valor dos doutorados no acréscimo do saber humano e sua utilidade possível ou desdenhar do esforço envidado para a produção de obra meritória. Longe de mim, por outro lado, creditar automática (e ingenuamente) superior qualidade às produções quaisquer dos doutores ou tributar à condição doutoral especial reverência. Ressalvadas as exceções, refiro-me sobremodo ao Brasil, cuja produção universitária a por ser das menos relevantes no concerto internacional.
Não é o doutorado que inerentemente engrandece os trabalhos do sujeito, mas é o sujeito que engrandece (ou não) o doutorado com a qualidade do quanto produz e mantém-se (ou não) à altura de seu título, com seus trabalhos posteriores à obtenção do título.
Valorizemos o saber (doutoral ou não) e a condição douta (com doutorado ou sem ele); não nos iludamos com o título de doutor.
Arthur Virmond de Lacerda Neto é mestre em História do Direito e autor de Herança do direito romano (no prelo).