Observações superficiais e, muitas vezes, apaixonadas e enviesadas, da imprensa não especializada são comuns e até compreensíveis. Mas a análise criteriosa do desempenho ao longo dos anos é essencial, principalmente quando se trata da medida da reputação, intrinsecamente carregada de subjetivismo. Afinal, a dimensão captada pelas impressões dos pares é indiscutivelmente importante, mas carece da objetividade de outros rankings. 5l471q
Figurar entre as 100 universidades no mundo em um ranking que tem como objetivo medir a reputação internacional já é uma ótima notícia para a USP, única brasileira incluída nesta lista. A série histórica indica que a permanência entre as 100 melhores é consistente, mas as posições ocupadas entre 2012 e 2015 são consideravelmente melhores que as alcançadas a partir de 2016. As razões dessa queda devem ser discutidas com critério, principalmente em conexão com outros parâmetros e classificações disponíveis incluindo comparações entre instituições semelhantes. O acompanhamento contínuo do desempenho deve ser parte do dia a dia da gestão universitária, principalmente das financiadas com recursos públicos. Analisar criticamente os rankings universitários e utilizar os resultados para avaliar o presente e planejar o futuro é bom; celebrar os resultados pretensamente positivos e ignorar os negativos, não.
Hamilton Varela é professor titular do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo.