Em 2006, Haniyeh participou da corrida eleitoral pelo Hamas nas eleições legislativas palestinas, onde o grupo terrorista derrotou uma de suas principais organizações rivais, o Fatah, do atual presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Naquele momento, Haniyeh se tornou o primeiro-ministro do governo palestino de união nacional, mas enfrentou um boicote internacional por causa da recusa do Hamas em reconhecer Israel como um Estado e renunciar à violência. 1wy4i
Em 2007, após um conflito armado entre o Hamas e o Fatah, Haniyeh foi demitido de seu posto como primeiro-ministro do governo palestino por Abbas, que era o presidente da Palestina. No entanto, o Hamas tomou a Faixa de Gaza e desde então controla a região.
Desde a guerra entre as duas organizações os palestinos vivem divididos entre dois governos rivais: o da Autoridade Palestina na Cisjordânia, comandado por Abbas, e o do Hamas em Gaza, atualmente liderado por Haniyeh.
Em 2017, quando Meshaal deixou o posto de chefe do grupo terrorista, Haniyeh foi aclamado como o novo líder político do Hamas. Desde então, ele ou a morar no Catar, onde segundo informações, recebe apoio financeiro e político das autoridades do país que é rico em petróleo.
Segundo informações da BBC, Haniyeh é considerado um líder “pragmático” dentro do Hamas, disposto a negociar com outros países árabes condições para "aliviar" as dificuldades enfrentadas pelos 2 milhões de palestinos que habitam em Gaza.
Ele defende uma reconciliação com o Fatah e a formação de um novo governo palestino de consenso nacional, que dessa vez possa representar “todos os palestinos” no Oriente Médio.
Haniyeh quer a criação de um Estado palestino que não reconheça formalmente a existência de Israel.
O líder do Hamas é um fiel seguidor da ideologia islâmica que propaga a jihad – ou guerra santa – como sendo o único meio de “resistir” ao Estado de Israel. Ele segue inteiramente a Carta de Princípios de 1988 do grupo terrorista e prega que a Palestina deve ser “liberta” dos israelenses.
Haniyeh sempre foi um adepto do conflito contra Israel, nunca hesitou em ordenar ataques contra alvos civis e militares israelenses, usando foguetes, túneis, homens-bomba e combatentes infiltrados.
O líder do grupo terrorista é influenciado pelo pensamento da Irmandade Muçulmana, que defende a aplicação da lei islâmica (a sharia) na sociedade e no Estado. Ele também é inspirado pelo exemplo do Irã, o principal aliado do Hamas no Oriente Médio, que é um regime islâmico liderado por muçulmanos xiitas.
Haniyeh não comanda o Hamas sozinho. Atualmente, ele divide o poder dentro do grupo terrorista com outros 15 membros que fazem parte de uma espécie de conselho político. Esse conselho é considerado como o órgão máximo de decisão do grupo.
Além disso, o Hamas conta com suas lideranças militares, que são responsáveis pela ala armada do grupo. Essas lideranças militares são coordenadas diretamente por Haniyeh e são chamadas de Brigadas al-Qassam.
Os principais líderes militares do Hamas atualmente são Mohammed Deif e Marwan Issa, que vivem escondidos na cidade de Gaza e são alvos constantes de Israel.
Deif é considerado o cérebro por trás dos ataques ocorridos no sábado contra o território israelense. Ele já escapou de pelo menos oito tentativas de assassinato. Já Issa é o responsável pelas operações militares na região central da Faixa de Gaza.
Em Gaza, Haniyeh conta com alguns grupos jihadistas aliados, como a Jihad Islâmica Palestina, que é ainda mais radical que o Hamas.
A ida de Haniyeh para o Catar foi uma forma que ele encontrou de obter uma vida “confortável e segura”. Segundo informações de agências internacionais de notícias, ele vive em Doha, a capital do país, em uma mansão luxuosa e tem o a diversos recursos financeiros e políticos fornecidos pelas autoridades do Catar.
Do local, Haniyeh pode viajar frequentemente para outros países árabes e islâmicos, como o Irã, onde sempre vai procurar apoio para sua causa palestina.
Haniyeh atualmente é casado com Amal Haniyeh e, segundo informações, tem 13 filhos.
O líder do Hamas tem como principais aliados os países que apoiam a causa do grupo terrorista e o movimento de “resistência” dos palestinos contra o Estado de Israel. Entre esses países estão o Irã e o Catar.
Haniyeh ainda conta com o apoio de outros grupos terroristas islâmicos do Oriente Médo, como o Hezbollah no Líbano, a Irmandade Muçulmana no Egito e o Talibã no Afeganistão.
A relação entre o Hamas e o Fatah segue ambígua, pois Haniyeh é um crítico da postura “moderada” do presidente Mahmoud Abbas com relação ao Estado de Israel. Haniyeh ainda acusa Abbas de “trair a causa palestina”.
Haniyeh tem como inimigos os países que se opõem ao Hamas e à violência do grupo terrorista contra Israel. Entre eles estão os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido. Esses países consideram o Hamas uma organização terrorista e impam ao grupo sanções econômicas e diplomáticas.
Não há informações precisas sobre a fortuna pessoal de Haniyeh, mas estima-se que ele seja um dos líderes mais ricos do Hamas. De acordo com um artigo escrito por Ella Levy-Weinrib para o jornal financeiro israelense Globes em 2014, estima-se que Haniyeh possua uma fortuna de US$ 4 milhões (R$ 20 milhões). Dado o tempo que se ou desde essa última informação, é provável que o líder do grupo terrorista tenha ampliado ainda mais a sua fortuna e também sua influência.