“Por questões de segurança, o museu do Louvre fecha suas portas hoje, sábado, 14 de outubro. As pessoas que marcaram uma visita hoje serão reembolsadas”, afirmou a instituição em uma mensagem nas redes sociais. Segundo a imprensa sa, cerca de 15 mil visitantes tiveram de ser evacuados depois de o museu ter recebido uma ameaça de bomba por escrito. Apenas em 2022, o Louvre recebeu quase 8 milhões de pessoas, e é uma das principais atrações turísticas do mundo.

Polícia sa já prendeu nove pessoas após assassinato de professor

A evacuação e o fechamento do emblemático museu acontecem um dia depois de o jovem checheno Mohamed M. ter esfaqueado, na sexta-feira, o professor do ensino médio Dominique Bernard, 57 anos, no interior de uma escola em Arras. Bernard foi morto; outro professor e um funcionário da unidade de ensino ficaram gravemente feridos.

Além de Mohamed, detido com o uso de um taser, a polícia da França prendeu outras oito pessoas por supostos vínculos com o atentado, a maioria deles familiares ou pessoas relacionadas com o jovem checheno, que permanece sob custódia policial. Segundo fontes oficiais, entre os detidos estão dois irmãos de Mohamed M., sua mãe, sua irmã, seu tio e duas pessoas de nacionalidade bielorrussa. Este tipo de detenções dentro do círculo mais próximo do suspeito é muito comum na França quando se trata de ataques islâmicos.

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O autor do ataque é membro de uma família russo-chechena que chegou à França em 2008 e que o país europeu tentou deportar em 2014, embora apenas o pai tenha sido expulso, vários anos depois. O filho mais velho foi condenado duas vezes neste ano por vários crimes relacionados ao terrorismo islâmico, e o autor do ataque de sexta-feira era fichado como um suspeito potencialmente perigoso.

França aciona nível de “urgência de atentado” em sistema antiterror

Após o assassinato de Bernard, o governo da França decidiu, ainda na noite de sexta-feira, elevar o nível de alerta antiterrorista ao seu nível mais alto, o de “urgência de atentado”. “No contexto atual e após o atentado terrorista em Arras, decidi elevar o nível do Vigipirate (operação antiterrorista) ao nível mais alto, o de urgência de atentado”, anunciou a primeira-ministra sa, Élisabeth Borne. No sábado, a presidência sa anunciou que até 7 mil soldados da operação Sentinelle serão destacados por todo o território francês até a próxima segunda-feira, em resposta ao alerta terrorista.

O anúncio foi feito após uma reunião do Conselho de Segurança no Palácio do Eliseu, com a presença do presidente do país, Emmanuel Macron, além de Borne e vários membros do governo. O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, disse ao canal de televisão TF1 que, “de acordo com as informações, há certamente uma ligação entre o que aconteceu e o Oriente Médio”, referindo-se à situação de guerra entre Israel e o grupo palestino islâmico Hamas. Desde 2012, os ataques jihadistas na França mataram 272 pessoas e feriram outras 1,2 mil, especialmente em 2015 e 2016.