"Nossa investigação mostrou que a Rússia pode importar praticamente qualquer coisa de qualquer lugar do mundo, desde um chip de uso civil e militar até uma turbina para um Airbus. Nas tramas através de países terceiros, empresas ocidentais participam, e as autoridades russas contornam com sucesso as sanções europeias e americanas", apontou a investigação do veículo independente. t622
Dentre as mercadorias importadas ilegalmente, destacam-se tornos para a indústria armamentista, peças de reposição para a aviação civil e iPhones, somando valores de US$ 389 milhões.
A investigação apontou ainda que a maioria dos componentes eletrônicos ocidentais entra na Rússia através de rotas que am pela China e Hong Kong. Três empresas hongkonesas foram identificadas como fornecedoras de mais de 70 milhões de componentes eletrônicos enviados para a Rússia nos primeiros seis meses de 2023.
Como exemplo, a investigação destacou os mísseis de cruzeiro russos X-101, fabricados pela corporação russa KTRV e usados na Ucrânia. Esses mísseis contêm processadores Intel e chips Xilinx e Texas Instrument, além de um transceptor da Analog Devices Inc.
Entre as empresas ocidentais citadas na reportagem, a Analog Devices Inc, a Xilinx e a Texas Instrument tiveram componentes avaliados em mais de US$ 98, 75 e 38 milhões, respectivamente, ando pelas aduanas russas em seis meses.
A empresa alemã Infineo, maior do ramo de semicondutores em seu país, também foi mencionada na investigação, tendo exportado indiretamente semicondutores para a Rússia no valor de mais de US$ 28 milhões.
Além disso, outras empresas ocidentais, como a Marvell (fabricante de chips), a Cypress Semiconductor e a Amtel, também tiveram mercadorias exportadas para a Rússia, somando valores significativos.
Processadores Intel e AMD chegaram ao território russo, com as compras chegando a cifras superiores a US$ 169 milhões e US$ 35 milhões, respectivamente.