Na breve entrevista do Post com o acusado, que está detido em uma prisão em Chautauqua (norte do estado de Nova Iorque), Matar expressou surpresa por Rushdie ter sobrevivido ao ataque e evitou, a conselho de seu advogado, afirmar se foi inspirado pela fatwa do aiatolá, embora tenha deixado claro sua simpatia pelo ex-líder iraniano. 5x1qz
“Respeito o aiatolá. Acho que ele é uma grande pessoa. É tudo o que direi sobre o assunto”, disse o réu, que negou ter qualquer contato com o Irã ou com a ala dura do regime.
Sobre o livro que levou Khomeini a emitir a ordem de assassinato há mais de três décadas, Matar acrescentou: “Li algumas páginas. Não li tudo de capa a capa”.
Por outro lado, declarou ter ado algum tempo assistindo a vídeos do escritor no YouTube: “Vi muitas conversas. Não gosto de pessoas que são falsas”.
Matar também disse que descobriu sobre o evento do qual Rushdie estava participando quando viu um anúncio online meses atrás e expressou sua antipatia por ele com frases repetidas como “não gosto dele” e “é alguém que atacou o Islã, atacou suas crenças, seu sistema de fé”.
Sobre o agressor, filho de imigrantes libaneses, mais detalhes foram conhecidos em um artigo do jornal The New York Times que reúne depoimentos de seus conhecidos descrevendo-o como solitário, isolado e quieto, e de sua mãe, que disse que em 2018 ele voltou de uma viagem ao Oriente Médio muito focado em ser fiel do Islã e que garantiu que não quer “saber mais dele”.
Rushdie permanece em estado grave em um hospital da Pensilvânia e os detalhes sobre sua saúde são escassos, mas seu filho disse que o escritor não precisa mais de respiração assistida e foi descrito como “falante” na terça-feira, quando conversou com policiais.