Produção iraniana de urânio enriquecido se aproxima do nível necessário para bomba atômica
Na quarta-feira, a Aiea havia informado que, em três meses, o Irã aumentou seu estoque de urânio enriquecido para 60%, uma pureza próxima ao nível necessário para fabricar bombas atômicas. Um relatório reservado, ao qual a reportagem teve o em Viena, especifica que a quantidade de urânio enriquecido pelo Irã para diferentes níveis (2%, 5%, 20% e 60%) aumentou entre maio e agosto em 131,6 quilos, para 3.940,9 quilos. Esses estoques incluem mais de 300 quilos de outras formas de urânio, como óxidos e placas de combustível nuclear.
O JOA estipula que o Irã não deve ter mais de 300 quilos de urânio enriquecido em forma gasosa, o equivalente a cerca de 200 quilos em forma sólida. O país não cumpre as obrigações decorrentes do acordo desde 2019, e justifica a produção de urânio enriquecido a 60% como material dedicado a fins médicos, mas a Aiea afirmou não estar em condições de garantir que o programa atômico do Irã seja exclusivamente pacífico.
Os inspetores também enfatizaram que a decisão do Irã de desligar dezenas de câmeras de monitoramento e verificação da Aiea prejudicará sua capacidade de fornecer garantias sobre a natureza pacífica do programa nuclear do país. Como resultado, as atividades de monitoramento e verificação são “seriamente afetadas”, disse a agência no relatório. Em vista do desligamento prolongado das câmeras, a Aiea também falou em “desafios consideráveis” para confirmar a consistência do estoque declarado de centrífugas – o equipamento usado para enriquecer urânio – no futuro. Os inspetores afirmaram que o Irã está conectando cada vez mais centrífugas de urânio modernas, que são muito mais rápidas e eficientes que as utilizadas até agora.