A criação e possível financiamento da nova arma americana tem chamado a atenção de analistas de guerra, que veem com cautela o novo projeto. 61523m

Para Andrew Facini, diretor do Conselho de Riscos Estratégicos dos EUA, a nova arma pode ter efeito contrário ao esperado, que é de conter as ameaças globais.

“O desenvolvimento do novo armamento pelos EUA pode acabar no lado errado do paradoxo da estabilidade-instabilidade, arriscando uma escalada para uma guerra nuclear, intencional ou não”, disse ele no Boletim dos Cientistas Atômicos, publicação referência no país sobre o assunto.

Uma das projeções do governo americano para desenvolver a B61-13 é aposentar a B83-1, a última arma com capacidade de megatons (unidade de massa equivalente a 1 milhão de toneladas) no arsenal dos EUA, que estava programada para ser abandonada desde o governo do democrata Barack Obama (2009-2017).

Especialistas consultados pela Agência EFE acreditam que a construção do B61-13 parece ser mais um movimento político para finalmente se livrar da B83-1 do que um reforço de renovação do arsenal, devido ao seu alto custo de manutenção.

Apesar do governo americano garantir que a nova arma não é uma resposta “a nenhum evento atual específico”, congressistas elaboraram um relatório no final de outubro, destacando a necessidade do país de se preparar para ataques da Rússia e da China.

Uma das propostas apresentadas à época era desenvolver um plano de modernização do arsenal nuclear, que deve custar mais de US$ 400 bilhões (R$ 1,9 trilhão) até 2046.

Acredita-se que a nova arma nuclear, se aprovada, custará aproximadamente US$ 10 bilhões (R$ 49 bilhões, na cotação atual) para ser concluída, orçamento que está dentro do pacote autorizado de US$ 1,7 trilhão (R$ 8,3 trilhões) do arsenal nuclear americano.