Segundo dados divulgados em outubro pela Agência de Alfândega e Patrulha de Fronteiras dos EUA, cerca de 425 mil cubanos foram encontrados em pontos de entrada no território americano nos últimos dois anos. 6m701m

Em janeiro, o governo americano implantou uma iniciativa que permite que até 30 mil imigrantes da Nicarágua, Cuba, Venezuela e Haiti entrem nos Estados Unidos mensalmente.

O objetivo era aliviar a pressão da imigração ilegal na fronteira com o México, já que as crises política, humanitária e econômica nesses quatro países geraram um fluxo recorde de pessoas tentando entrar em território americano.

Além disso, a Embaixada dos Estados Unidos em Cuba retomou no início deste ano o processamento completo de vistos de migrantes e os serviços consulares pela primeira vez desde 2017, com o objetivo de estancar o fluxo ilegal a partir da ilha.

Entretanto, a crise em Cuba é tão aguda que os mecanismos legais estabelecidos pelos Estados Unidos não têm sido suficientes para atender a população desesperada.

Muitos cubanos, como Echavarria, ou não têm condições de se candidatar aos programas de vistos disponíveis na ilha ou perderam a paciência enquanto esperam por sua vez.

Outros cubanos disseram à Reuters que o desespero era tão grande para deixar o país comunista que qualquer rota serviria, mesmo que isso significasse tentar cruzar ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos. Alguns optaram pela travessia marítima até o estado americano da Flórida, que é mais arriscada e não oferece vias legais de entrada.

A crise em Cuba se agravou nos últimos anos, com escassez de alimentos, medicamentos, combustível e energia elétrica. A inflação no país é uma das maiores do mundo: o índice se mantém na faixa dos 40% no patamar interanual desde o começo de 2023.

A pandemia de Covid-19 e a falta de investimentos afetaram o turismo, uma das principais fontes de renda do país. Além disso, os cubanos enfrentam a repressão do regime comunista, cada vez mais forte, que oprime qualquer forma de oposição ou protesto.