O estudo ainda concluiu que os problemas que mais se agravaram entre aqueles que tiveram o ao telefone celular desde cedo são a recorrência de pensamentos suicidas, a sensação de estar afastado da realidade e a vontade de atacar as outras pessoas. No entanto, há outros sintomas associados à deterioração da saúde mental nos quais foram registrados impactos significativos: alucinações e vícios, para as mulheres, e sentimentos de culpa e atividade compulsiva para os homens.

A tendência a ter uma melhora no bem-estar emocional, caso o celular seja ado em idade mais avançada, independe de possíveis traumas — como abuso, separação dos pais, maus-tratos ou outros —, sofridos ou não, quando crianças. É evidente que, para aqueles que de fato enfrentaram adversidades na infância, os problemas associados ao o prematuro a celulares são mais evidentes.

Pensamentos suicidas, o desejo de prejudicar os outros e a sensação de estar afastado da realidade — os três principais sintomas que o estudo identificou como relacionados à aquisição de um telefone em tenra idade —, não estão associados a nenhum transtorno mental reconhecido pelo manual de diagnóstico de doenças psiquiátricas (DMS – 5). Assim, os investigadores do Global Mind Project concluíram que representam um conjunto de desafios específicos relacionados à convivência e que são enfrentados por quem cresceu em contato com os celulares desde cedo. Segundo o estudo, "quanto mais cedo os jovens tiverem o a um telefone, mais tempo de seus anos de formação serão dedicados ao mundo virtual — tempo que poderia ser utilizado em interações face a face, na construção de relacionamentos fortes ou na prática de habilidades sociais".

Mas o estudo deixa uma questão em aberto: o mundo em que as crianças vivem hoje não é o mesmo em que cresceu a Geração Z, a base da investigação realizada. A pressão para estar na internet é muito maior, o mundo virtual é uma realidade, a inteligência artificial é uma bola de neve que vai ladeira abaixo e só cresce… a tecnologia está ao alcance de todos. Como proteger as crianças dos sintomas associados ao excesso de internet desde cedo, sem que, por sua vez, lhes seja negada a interação com o mundo em que vivem?

Por enquanto, o Global Mind Project insta o leitor do estudo a considerar as "implicações desse problema para o futuro das sociedades".

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