Filho dos atores Olof Thunberg e Mona Andersson, Svante Thunberg tem 50 anos e é ator e produtor. Sua esposa, Malena Ernman, é um ano mais nova e ou a vida nos palcos. Além de óperas, ela atua em musicais e se tornou uma celebridade na Suécia desde que participou, em 2009, do Festival Eurovisão da Canção. Para competir com cantores de todo o Velho Continente, precisou vencer a seletiva nacional. Greta Thunberg é a filha mais velha do casal – Beata Thunberg, a mais nova, tem 13 anos, também foi diagnosticada com Síndrome de Asperger e já se apresentou como cantora em programas de TV locais.

Antes mesmo da fama de Greta, a família lançou um livro, Scener ur hjärtat (“Cenas do Coração”). Escrito majoritariamente por Malena, a obra descreve a vida do casal e a trajetória das filhas, com grande riqueza de detalhes sobre a doença de Greta. Os detalhes sobre seu período sem comer que abrem esta reportagem estão descritos no livro, que está ganhando edição em inglês.

Greta também lançou seu próprio livro. No One is Too Small to Make a Difference [Ninguém é pequeno demais para fazer a diferença] é uma coletânea de seus discursos, que ela diz escrever sozinha, mas só depois de ouvir sugestões dos pais.

Abuso e infantilização do discurso

Alguns críticos, por sua vez, sugerem que a família de celebridades locais pode estar explorando a garota. “É saudável colocar uma criança com tantos problemas mentais diante dos holofotes”, pergunta, por exemplo, a conservadora Tiana Lowe, em artigo publicado pelo Washington Examiner. “Se você é uma estrela decadente de ópera que entrou para uma família de famosos e suas duas filhas têm um dificuldade incrível em simplesmente frequentar a escola, então suponho que você pode garantir um pouco mais de fama ao explorar as obsessões de suas crianças”.

O fato é que Greta não está sozinha. “É uma tendência crescente esse tipo de ativismo juvenil em prol dos direitos humanos”, afirma Elaine de Azevedo, doutora em sociologia e professora do departamento de ciências sociais da Universidade Federal do Espirito Santo. “Podemos relembrar a jovem paquistanesa Malala Yousafzai que defendeu o direito das mulheres a serem educadas em uma emocionante fala nas Nações Unidas, em 2013. No âmbito específico do ativismo ambiental, a canadense Severn Cullis-Suzuki, fundadora de um grupo de crianças dedicadas a educação ambiental, discursou em 1992, então com 12 anos, na Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, representando outras três meninas – Michelle Quigg, Vanessa Suttil e Morgan Geisler”.

Na esteira do sucesso de Greta, surgiram outros ativistas adolescentes: o norte-americano Dylan D’Haeze, de 16 anos, a sul-africana Yola Mgogwana, de 11, as irmãs inglesas Amy e Ella Meek, de 15 e 13 anos, as australianas Harriet O’Shea Carre e Milou Albrecht, ambas de 14 anos, e a holandesa Lilly Platt, de 11 anos.

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