O uso de
termos como “ciência” e “científico” como automaticamente honrosos. O problema,
aqui, é que existe ciência ruim, ser científico não é garantia de que foi bem
feito ou é verdadeiro. 674y34
Adornos
científicos adotados de forma inapropriada. Aqui, usam-se práticas comuns na
ciência, como tabelas e equações, para dar um ar de respeitabilidade a algo que
talvez não seja respeitável. Por exemplo, os ativistas identitários buscam
alterar a definição de racismo com a “fórmula” racismo = preconceito + poder. Há,
também, muito uso inadequado de gráficos no jornalismo e na publicidade.Preocupação
com separar ciência do que não é ciência. Aqui, Haack suspeita que quem dá
ênfase demais a distinguir o científico do não-científico está presumindo que o
não-científico é necessariamente pior ou falso.A busca
por um único “método científico”. Diferentes conjuntos de regras já foram
propostos para tentar descrever como agem os cientistas ao produzir
conhecimento. Nenhum deles é sem controvérsia. Para Haack, não há uma receita
de bolo infalível para fazer ciência, depende da área. O que vale na biologia
molecular pode não valer na astrofísica.Procurar
nas ciências por respostas além de seu escopo. Por exemplo, quem busca em
artigos científicos dados de consequências de políticas públicas, para afirmar
que aquelas com menos consequências negativas são necessariamente preferíveis.
Ocorre que essa solução “científica” pode ser uma violação a um princípio de
liberdade individual. Essas questões envolvem ética, pensamento político, e não
podem ser respondidas só pela análise científica de dados.Denegrir o
não-científico. Esta é a outra face de bajular a ciência e os cientistas:
desvalorizar conhecimentos e práticas produzidas por métodos que não são
científicos, como o debate filosófico, a culinária, a arte, a jurisprudência
etc.