Sobre o nome a compor a chapa de Soraya Thronicke como vice, a senadora disse que há conversas com vários partidos e que somente na sexta-feira haverá definição. A preferência do partido é compor junto a outros partidos ao invés de lançar chapa pura.
Ela afirmou que ainda não está definido quem será o candidato a vice, mas sugeriu que deve ser um homem. “Homem e mulher trazem aquele equilíbrio, é importante em tudo. Somos 53% do eleitorado [segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral] mas a outra metade é de homens. Então pode ser que venha homem e mulher”.
Soraya destacou que uma das bandeiras de sua candidatura será o liberalismo econômico. “Nós somos liberais. A bandeira que erguemos na eleição de 2018 foi a bandeira liberal na economia. Nós entendemos que isso não mudou, não aconteceu conforme deveria acontecer”, disse a pré-candidata. “É importante esse mercado liberal, apesar de absolutamente antenado ao cidadão, preocupado com as políticas públicas, com o social. Nós temos essa verve liberal e entendemos que essa é a melhor maneira e que os países mais ricos, que tem o maior IDH, caminham dessa forma. Entendemos que o Brasil precisa realmente caminhar nesse sentido”, complementou.
Luciano Bivar aproveitou o momento para justificar sua saída da corrida presidencial. Ele afirmou que não se tratou de uma desistência, mas de uma questão estratégica da legenda. “Não foi uma desistência, foi apenas uma formatação para a gente apresentar nossa proposta ao público brasileiro para um novo ciclo”, disse o presidente do União Brasil.
Thronicke foi eleita ao Congresso em 2018 como uma representante da "onda conservadora", que levou Bolsonaro para o comando do país e deu mandato a uma série de pessoas que, até então, estavam distantes da política. A senadora foi eleita para o cargo pelo PSL, partido pelo qual Bolsonaro concorreu em 2018, e permaneceu na sigla mesmo após a debandada da agremiação do presidente e de sua base mais próxima, ao final de 2019.
Ao ficar no PSL, Thronicke fez um ato de distanciamento de Bolsonaro que acabaria indicando um novo momento de seu mandato – postura contrastante com a adotada por ela meses antes. Em outubro de 2019, ela chegou a apresentar um projeto de lei para a criação do que chamou de "A imagem do Brasil", um programa de TV que teria veiculação obrigatória cujo conteúdo seria a exibição de realizações do governo federal. "Infelizmente, num momento em que nós não podemos mais confiar em parte da mídia, porque as informações são manipuladas ou não são levadas até vocês, nós precisamos fazer algo que seja justo", afirmou, na ocasião.
O ápice do deslocamento entre Thronicke e a gestão Bolsonaro se deu durante a I da Covid. Criada e conduzida por parlamentares oposicionistas, Thronicke se juntou aos críticos de Bolsonaro na ocasião, questionando o tratamento precoce defendido pelo presidente e cobrando agilidade para a compra de vacinas. Na época, ela disse que foi atacada nas redes sociais por apoiadores de Bolsonaro por ter publicado uma mensagem em que prestava solidariedade às vítimas do coronavírus. Durante a I, senadoras de diferentes correntes ideológicas atuaram de forma conjunta, e a principal diretriz da bancada feminina foi de questionamento ao governo Bolsonaro.
À época, a senadora afirmou à Gazeta do Povo que seu comportamento na comissão era resultado das informações apresentadas e da documentação a que teve o. Mas expôs que sua postura combativa não representava um rompimento definitivo entre ela e o governo. Thronicke alegou que se mantinha defensora das propostas conservadoras tratadas como prioridade por Bolsonaro e que sempre foi "muito clara com o governo". Seu cargo de vice-líder do governo no Congresso não foi questionado, e ela permanece na função até os dias atuais.