Não vejo necessidade de grandes ajustes para que possamos garantir a independência entre os Três Poderes. Basta que cada poder cumpra estritamente aquilo que a Constituição Federal lhe assegura como seus direitos e deveres. Então não vejo necessidade de grandes mudanças, apenas que cada um faça sua parte, cuidando daquilo que é sua atribuição, e assim asseguramos a harmonia, a independência e o bom relacionamento entre os poderes. 6k642b

2 - Como o senhor vê o “orçamento secreto”?

A questão do orçamento secreto é um absurdo. Em pleno Século 21, quando há muitos anos já se exige transparência nos atos dos dirigentes públicos, daqueles que integram os três poderes, infelizmente vimos surgir o orçamento secreto. Sou totalmente contrário à existência do orçamento secreto, porque isso em nada contribui com a transparência e com tudo aquilo que é direito do cidadão saber em relação à aplicação dos recursos públicos.

3 - Como o senhor se posiciona em relação a privatizações de estatais?

Essa é uma questão que precisa ser analisada caso a caso. Existem estatais que funcionam muito bem como empresas públicas e não precisariam ser privatizadas. E há as estatais que prestam serviços que a iniciativa privada poderia cuidar até com mais eficiência. Nesse caso, a privatização seria indicada. Não sou daqueles que pregam o Estado máximo. Nem defendo o Estado mínimo. Devemos busca o Estado ideal, onde cabem tanto uma quanto a outra prática. Não sou favorável, por exemplo, à privatização da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e da Eletrobrás. Há setores dentro de cada uma dessas estatais que podem e devem der privatizadas, mas sou contrário à privatização total delas.

4 - Em junho, o plenário do Senado aprovou projeto de lei complementar que fixou um teto de 17% do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e serviços de telecomunicações e de transporte público. O texto recebeu críticas de governadores estaduais, inclusive do Paraná, já que o ICMS é a principal fonte de arrecadação estadual. Como o senhor se posiciona sobre o tema?

Quando fui deputado estadual, vice-governador e governador do Paraná, em muitas oportunidades apresentei projetos de lei ou enviei mensagens à Assembleia Legislativa propondo ajustes em alíquotas do ICMS cobrado sobre diversos produtos. Eu vejo que nesse momento foi necessário reduzir a alíquota do imposto sobre os combustíveis ou reduzir a base de cálculo, onde há a incidência do ICMS. Estamos num momento de grandes dificuldades no país e também no cenário internacional, com o preço dos combustíveis tendo um impacto muito significativo nas condições econômicas da população. Levando em conta a situação atual, foi uma medida acertada por parte do governo federal.

5 - Quais são as principais bandeiras da sua candidatura e por que busca a cadeira do Paraná no Senado?

Como senador vou defender as bandeiras que interessam ao Paraná e ao conjunto de sua população, a partir de três grandes linhas de ação: apoio ao agronegócio e ao cooperativismo; infraestrutura mais ajustada às necessidades do nosso Estado, com melhorias em aeroportos, portos, rodovias e ferrovias, e o fortalecimento do municipalismo. Essas são as principais bandeiras, mas vou cuidar também de outras questões importantes, como a do mar territorial paranaense, que precisa ser rediscutida para que possamos receber os royalties do petróleo, além dos assuntos relacionados à saúde, educação e à geração de emprego e renda. Quero trabalhar ainda para que possamos ter aqui o Tribunal Regional Federal.

6 - Qual a candidatura à presidência da República que o senhor apoia e por quê?

Para presidente da República, o meu partido, o MDB, aprovou em convenção nacional o nome de Simone Tebet, portanto ela é a candidata que apoio nesse primeiro turno das eleições. Espero que ela possa chegar ao segundo turno, e venha a ser eleita, porque tenho certeza absoluta de que sendo a mulher qualificada que é, com a experiência que tem, a Simone Tebet construirá o que mais precisamos nesse momento no país: que é a paz e a concórdia, que é o restabelecimento do diálogo e das articulações entre todos os poderes. Esse é o caminho para construirmos um Brasil melhor do que o que temos neste momento. E nesse momento é a candidatura da Simone Tebet que nos dá essa perspectiva.

7 - Qual a candidatura ao governo do Paraná que o senhor apoia e por quê?

No Paraná, eu apoio a candidatura do governador Ratinho Junior (PSD), que concorre à reeleição e também teve seu nome aprovado na convenção do nosso partido, o MDB. O MDB decidiu estabelecer essa coligação com o PSD e nós também apoiamos essa iniciativa, porque entendemos que ele faz um bom governo no Paraná. Há alguns problemas de relacionamento com servidores públicos, é verdade, com as polícias civil e militar e algumas dificuldades com professores, mas é por isso também que sou candidato ao Senado e espero ser eleito. Eleito senador, quero ajudar na harmonização das relações do governador com todos os segmentos da nossa sociedade, em especial com nossos servidores públicos.

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