Questionado sobre a sua saída do Podemos, apontada por Alvaro como uma “traição”, Moro alega que não teve apoio da sigla para manter sua candidatura ao Planalto, o que o levou a buscar espaço no União Brasil. “É fato notório que o Podemos já não defendia minha candidatura presidencial. O próprio Alvaro não se manifestava a meu favor há muito tempo nas suas redes sociais. Eu persistiria na candidatura presidencial ainda num partido pequeno, como o Podemos, mas eu precisaria ter ao menos o apoio do partido, e das principais figuras do partido, e este apoio falhou. O que me obrigou a mudar de partido e adequar meus planos”, alega ele. 60221j
“Mas estou muito satisfeito e orgulhoso com esta oportunidade de me tornar senador pelo Paraná. Para que a gente consiga retomar o protagonismo no Senado e também no cenário nacional político. Na época da Lava Jato, o Brasil olhava para o Paraná. Acho que a Operação Lava Jato foi um marco na história do Brasil, quando pela primeira vez a gente conseguiu quebrar a impunidade de poderosos que pagaram ou receberam suborno. Então eu me sinto confortável com a minha vida pública. Tenho condições de ser um senador forte e independente em Brasília, que não desapareça, que não se omita”, alfineta ele.
A live do candidato à reeleição, exibida na terça-feira (27), foi retirada do ar. De acordo com Alvaro, o vídeo “desapareceu misteriosamente”. “Surpreendentemente, não há registro nenhum. Estamos tentando descobrir quem foi o malandro que tirou do ar”, disse o senador, nesta quarta-feira (28). Na live, Alvaro não cita nomes, mas dá recados diretos ao ex-correligionário, alega que “a suposta aliança com a esquerda é conversa fiada”, um “insulto ao eleitor do Paraná”, e acrescenta que aceita voto de “todo mundo”.
Alvaro e Moro intensificaram a campanha nesta reta final. Na sexta-feira (23), o Instituto Radar Inteligência mostrou Alvaro com 32,5% das intenções de voto, seguindo de Moro, com 27,6%. A margem de erro do levantamento é de 2,7 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
O terceiro lugar é do candidato Paulo Martins (PL), com 12,3%. Em seguida, estão Rosane Ferreira (PV) e Aline Sleutjes (Pros), com 2,1% cada uma, e Orlando Pessuti (MDB) e Desiree Salgado (PDT), também empatados, com 1% cada. Os demais fizeram menos de 1%. Não sabem ou não responderam representam 17,9%. Brancos e nulos somam 2,7%.
A pesquisa Radar Inteligência, contratada pela RICTV, entrevistou 1.350 eleitores paranaenses, entre os dias 19 e 21 de setembro. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, sob os números 09959/2022 e 06437/2022, respectivamente.