Para o candidato, é preciso se chegar a um ponto de equilíbrio nas políticas trabalhistas principalmente com o avanço da tecnologia, “novas práticas e novas formas de organizar a divisão do mundo na questão do trabalho”.
Ao se revisar as normas trabalhistas no que ele chama de um “novo Código Brasileiro do Trabalho”, as ações que já tramitam na Justiça serão melhor encaminhadas e os empresários terão mais segurança jurídica ao firmarem novas contratações. Isso, de acordo com Ciro Gomes, vai proporcionar uma melhora nas condições de trabalho e no próprio custo por hora trabalhada – elevando, assim, a empregabilidade e a renda da população.
Durante a explicação sobre como tornar a indústria brasileira mais produtiva e rentável semelhante à da China, o candidato também elencou o que a faz ser competitiva com o restante do mundo.
Em primeiro lugar, de acordo com ele, é a capacidade de financiamento dos empresários. Por aqui, segundo Ciro, são cobradas taxas que chegam a 40% ao ano, diferentemente da China, onde a tributação é nula descontando a inflação oficial.
“Segundo é a tecnologia, porque a China fez uma aposta em décadas. Em 1980, o Brasil era seis vezes a China sob o ponto de vista industrial. Hoje, ela galopa para ser 20 vezes o Brasil, e estamos fazendo uma aposta inversa”, estima.
E, em terceiro lugar, ele cita a questão da escala de venda, com a geração de lucro mesmo que baixo na quantidade de produtos vendidos. “Esse é o padrão chinês. Os elementos de competição global são tão gigantes que o lucro é de 1 centavo no produto ou no serviço. Por isso que temos de ter política industrial e de comércio exterior”, conclui.
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No entanto, alcançar esse patamar de crescimento só será possível a partir do momento em que a renda dos brasileiros começar a melhorar. Isso a, segundo ele, com a diminuição da quantidade de pessoas que hoje estão endividadas e sem crédito no mercado.
“O PIB [Produto Interno Bruto, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país], o crescimento da riqueza, a geração de emprego dependem 60% do crédito popular. O consumo das famílias vem do emprego e da renda que estão deprimidos em nível recorde, e do crédito, que está implodido. O emprego e a renda vêm depois que a ‘traquitana do desenvolvimento’ começa a se desenvolver”, pondera.
Neste ponto, Ciro Gomes pretende fazer uma reestruturação do crédito popular, refinanciando as dívidas de 66 milhões de brasileiros e 6 milhões de empresas com juros mais baixos. Isso, segundo ele, vai fazer com que as pessoas voltem a ter crédito e a consumir, fazendo a economia voltar a crescer.
Em paralelo a isso, o candidato explica que será feito um novo pacto que vai renegociar as dívidas dos estados com a União, melhorando o ambiente de negócios e incentivando o investimento privado. Esse novo pacto, segundo Ciro, vai permitir que sejam feitas as reformas estruturais logo nos seis primeiros meses de governo, principalmente a tributária.