Na manhã desta quarta-feira (11), Serginho do Posto levou o assunto à sessão da Câmara Municipal de Curitiba. “A pergunta que eu deixo hoje é: a quem interessa prejudicar o vereador que obteve o maior respeito com o dinheiro público da história desta Casa?”, disse ele, que foi presidente do Legislativo municipal anteriormente. “Isso é um atentado à democracia”, declarou. 161l3h
“Por que essa perseguição? A mando de quem? Por que estão tentando me tirar do processo democrático e do processo eleitoral? Fica essa pergunta. Hoje está acontecendo comigo, mas pode acontecer com qualquer pessoa. Principalmente pessoas que estão a serviço do bem público, prestando com o maior denodo, com a maior responsabilidade, um mandato que me foi honrado pelos votos de confiança que a população curitibana me deu”, disse. “A partir de agora, esse crime eleitoral, com a ocorrência na Polícia Federal, terá outras tratativas.”
Julieta Reis falou na sequência, classificando o ocorrido no dia anterior como uma “ação antidemocrática”. “Contratar um carro de som para sair aí denegrindo a imagem de pessoas honestas, que trabalham pelo bem comum é uma atitude antipolítica”, afirmou. “Não podemos aceitar essas ações antidemocráticas e principalmente um crime eleitoral cometido por uma política rasteira.”
Toninho da Farmácia ressaltou que considera que o uso do carro de som pelos sindicatos trata-se de crime. “Nós, de forma alguma, votamos contra o cidadão curitibano. Votamos pela cidade de Curitiba, pela recuperação da cidade. Estão invertendo as coisas. Ninguém tem o direito de denegrir a imagem de ninguém. É um crime que estão cometendo.”
Outros vereadores, como Colpani (PSB), Osias Moraes (Republicanos) e Ezequias Barros (PMB), que não estiveram envolvidos nas denúncias, prestaram solidariedade aos colegas. “Me solidarizo com o vereador Serginho do Posto, porque também fiz parte daqueles verdadeiros heróis que, na oportunidade, votaram o ajuste fiscal forçosamente na Ópera de Arame”, disse Colpani. “Nós sabemos muito bem quem está por trás disso. Estamos sendo perseguidos, Serginho, Julieta, Pier [Petruzziello], os vereadores que participaram daquele verdadeiro ato de heroísmo, na minha opinião – porque veja como Curitiba está agora.”
O Sismmac, por sua vez, classificou o ato das campanhas dos vereadores como censura. “O carro de som só comunicava denúncias que já foram feitas, nada além do que é público. Entendemos que não é crime nenhum. Crime é nepotismo e compra de votos”, diz Wagner Batista, da direção do Sismmac. “Eles tentam esconder de todo modo. Parece que não querem nem provar que não fizeram.”
Na versão dos sindicalistas, houve truculência por parte dos cabos eleitorais. Segundo Batista, pessoas envolvidas nas campanhas se pam na frente do carro, colocaram a mão pela janela do veículo e retiraram a chave da ignição à força. Em frente à delegacia, o diretor do Sismmac afirma ter sido agredido em duas ocasiões. A primeira quando fotografava os vereadores e teve o celular derrubado de sua mão, e a segunda enquanto conversava com advogados das entidades e teria sido golpeado na cabeça.
“Solicitamos uma representação por agressão, mas a guarda municipal e o policial militar que estavam lá liberaram ele, sem nem olharem o documento para ver quem era. Ele correu e nem sabemos o nome”, diz. “Solicitamos o registro da ocorrência, mas eles não quiseram incluir isso no BO do carro de som, então vamos voltar hoje [quarta-feira] para fazer um novo BO.”