Em maio deste ano, o presidente norte-americano Joe Biden estabeleceu o prazo de três meses para que os serviços de inteligência do país aprofundem as investigações e elaborem um relatório sobre as origens da Covid-19 com uma conclusão a respeito de o vírus ter escapado de um laboratório no país asiático ou ter surgido a partir de causas naturais. 185o37
No início de maio, o jornalista Nicholas Wade publicou um extenso artigo com o tema “Origem da Covid-19” (traduzido pela Gazeta do Povo), no qual cita evidências que reforçam a hipótese de o novo coronavírus ter escapado de um laboratório em Wuhan.
No dia 26 de maio, o Facebook – que por mais de um ano penalizou usuários que fizeram publicações a respeito da possível origem laboratorial – alterou suas políticas e determinou que não iria mais apagar postagens que tratem de a Covid-19 ter sido criada pelo homem até que fossem feitos mais estudos a respeito da origem do novo coronavírus.
Mesmo assim, o texto presente na prova da UFJF crava: "A realidade é que a covid-19 foi provocada por causas naturais (...)".
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Os cadernos de prova trazem outras referências discutíveis. Em uma das questões - da disciplina de Geografia -, cita-se que o encarceramento de negros tem a ver com racismo institucional, deixando de lado qualquer análise técnica a respeito de as prisões terem ocorrido a partir de crimes praticados, independentemente do aspecto racial.
Na disciplina de Literaturas, pede-se aos candidatos que expliquem a “denúncia” presente na letra de uma música apresentada na prova, a qual faz uma série de alusões à violência. A canção é "Capitães de Areia", de Baco Exu do Blues.
“Garrafas quebrando, as drogas, os conflitos
As luzes da cidade, batuque, tiro
Gemidos, briga é um caos tão bonito
(...)
Eu tô brindando e assistindo
Um homofóbico xenófobo apanhando de
Um gay nordestino
Eu tô rindo
Vendo uma mãe solteira espancando o PM
Que matou seu filho
Me olho no espelho, vejo caos sorrindo
O karma sorrindo
Eu nasci no dia que viram a raiva parindo”