Outro mito apontado no relatório é que “os países que experimentam uma segunda onda de infecção mantiveram as escolas fechadas”. Para refutá-lo, a entidade aponta que quase todos os países (89%) que am por uma segunda onda da Covid-19 permanecem abertos para estudantes [conforme dados coletados no período do levantamento]. “Apenas 9% dos países nas segundas ondas (4 de 45) estão mantendo as escolas fechadas; 89% (40 de 45) reabriram seus sistemas escolares; 2% estão de férias”, informa.

Um terceiro mito considera que “os países em que os casos aumentam acima dos níveis da primeira onda correm o risco de fechar novamente suas instituições de ensino”. O documento aponta que apesar dos níveis mais altos de infecção nas segundas ondas, os governos se mostraram determinados a manter as escolas abertas.

“Surpreendentemente, os países que abriram totalmente as escolas têm muito mais probabilidade de permanecer abertas. Isso apesar de haver níveis mais altos de infecção nas segundas ondas do que quando eles fecharam as escolas durante a onda inicial da pandemia”, afirma.

Para isso, o instituto de pesquisa reforça a importância de haver medidas de segurança (como máscaras e distanciamento nas salas de aula) e protocolos específicos para casos, por exemplo, em que crianças ou funcionários apresentem sintomas.

Unicef afirma que escolas fechadas são um erro e apela aos governantes para priorizarem volta às aulas presenciais

Em seu comunicado oficial divulgado na segunda-feira (7), o Unicef declarou que o número de alunos afetados pelo fechamento de escolas aumentou 38% em novembro, o que causa prejuízo à aprendizagem e ao bem-estar de mais 90 milhões de alunos em todo o mundo. No documento, a entidade apela aos governos para priorizarem a reabertura das escolas, tomarem todas as ações possíveis para tornar as salas de aula seguras e evitarem o fechamento de escolas em todo o país.

“Apesar de tudo o que aprendemos sobre Covid-19, o papel das escolas na transmissão à comunidade e as medidas que podemos tomar para manter as crianças seguras na escola, estamos indo na direção errada e fazendo isso muito rapidamente”, disse Robert Jenkins, Chefe Global de Educação do UNICEF.

“As evidências mostram que as escolas não são os principais motores desta pandemia. No entanto, estamos vendo uma tendência alarmante de que os governos estão mais uma vez fechando escolas como um primeiro recurso, e não como um último recurso. Em alguns casos, isso está sendo feito em todo o país, ao invés de comunidade por comunidade, e as crianças continuam a sofrer os impactos devastadores em seu aprendizado, bem-estar físico e mental e segurança”.

O comunicado também aponta que, com as escolas fechadas, as crianças correm o risco de perderem não apenas aprendizado e sistemas de apoio, mas também alimentação e segurança, com as crianças mais marginalizadas – que têm maior probabilidade de desistir completamente de frequentar as escolas – pagando o preço mais alto.

“Como milhões de crianças permanecem fora de suas salas de aula por mais de nove meses, e muitas mais estão revivendo a turbulência, o Unicef teme que muitas escolas estejam fechando desnecessariamente, e que não tenha sido dada ênfase suficiente em tomar as medidas necessárias para tornar as escolas seguras da Covid-19”, declara a entidade.

“O que aprendemos sobre a escolaridade durante o tempo de Covid é claro: os benefícios de manter as escolas abertas superam em muito os custos de fechá-las, e o fechamento de escolas em todo o país deve ser evitado a todo custo”, reforça Jenkins. 

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