“O aplicativo permite levar o shopping para a casa da pessoa. Queremos expandir o relacionamento com o consumidor. Antes, a indústria via a internet como inimiga. Hoje, ela é aliada dos negócios”, compara Daniel Peres Chor, diretor de inovação e negócios digitais da Multiplan. w476i
O executivo assegura que as compras realizadas pelo app serão entregues ao cliente em até duas horas. E para garantir essa eficiência, a Multiplan investiu R$ 12 milhões na startup de entregas Delivery Center, em abril. “O shopping hoje é mais um templo de prazer, cultura e entretenimento do que um centro de compras”, explica.
Inicialmente, o aplicativo Multi estará disponível apenas para clientes do Barra Shopping (RJ). Nos próximos meses, segundo a Multiplan, a plataforma será ofertada também para os shoppings Vila Olímpia (SP), Morumbi (SP), Anália Franco (SP), Village Mall (RJ), Park Shopping Campo Grande (RJ) e Park Shopping Canoas (RS). A expectativa é a de que o demais shoppings sejam integrados ao aplicativo em 2020.
Com o mesmo objetivo da Multiplan, a Sonae Sierra Brasil, que anunciou fusão com a Aliansce, em junho, lançou um shopping virtual para o Parque D. Pedro Shopping, centro de compras em Campinas (SP). Por meio da parceria com lojistas, o marketplace oferece mais de 100 mil itens, entre moda feminina, masculina e infantil, cosméticos, eletroeletrônicos, smartphones e artigos para o lar.
No primeira etapa do projeto, o shopping virtual vai oferecer opções de entrega das compras na casa do cliente e retirada de mercadorias na loja ou por meio de um concierge. Após o primeiro ano de operação, o grupo vai oferecer, também, a retirada de produtos em um drive-thru e em lockers (armários) dentro do centro de compras.
“Seremos uma integradora entre os clientes e as marcas. Com isso, o varejista pode realizar vendas adicionais devido ao fluxo crescente de clientes que compram pela internet e retiram as mercadorias nas lojas físicas, por exemplo”, explica Laureane Cavalcanti, diretora-executiva de marketing e responsável pelos projetos de transformação digital da Sonae Sierra Brasil.
O presidente da Abrasce reforça que o marketplace deve complementar o shopping físico, e não ser um novo competidor. “Todos os grupos estão envolvidos na multicanalidade e ainda não existe um modelo vencedor porque tudo é muito incipiente. O importante é o shopping, virtual ou físico, trazer resultados e rentabilidade”, acrescenta.
Humai destaca também que o varejo de shopping está crescendo com vantagem em relação ao de rua — o que favorece o investimento em inovação. Enquanto os centros comerciais cresceram 8,5% em junho, o comércio de rua registrou alta de 5,4%. O ticket médio no mês também foi superior: R$ 97,05 nos shoppings, contra R$ 68,63 no comércio de rua, segundo dados da Abrasce.
O setor como um todo cresceu 8,4% no país no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano ado, após resultados abaixo da média em 2018. Para o acumulado de 2019, a projeção é de 7% de expansão.
“Ainda temos alguns avanços para fazer no cenário macroeconômico e político, mas estamos otimistas com a recuperação do setor e com a ‘Black Friday brasileira’, que deve estimular o as vendas em setembro”, conclui o presidente da Abrasce.