“Não se cresce sem uma indústria forte e só na base dos serviços”, destaca. O problema é agravado pela alta nos juros, que torna mais difícil a compra de bens duráveis e gera incertezas sobre a criação de oportunidades de trabalho com carteira assinada.
Vale, da MB Associados, aponta que a indústria se manteve mais fechada desde a década de 1980 e ficou praticamente fora das cadeias globais de produção.
O coordenador da FGV destaca que a recuperação da indústria de transformação brasileira vai ser árdua e de longa duração: “Exigirá medidas continuadas de vários governos para voltar a ocupar papel relevante na economia. Será necessário adquirir tecnologia moderna para aumentar sua competitividade internacional e, em conjunto com as universidades, inovar e aprimorar a tecnologia adquirida”.
Um dos caminhos pode ser o aproveitamento do potencial gerado pela agropecuária brasileira. O agronegócio já representa quase um quarto do PIB nacional, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).
Este é o primeiro texto da série de reportagens "País em marcha lenta", que busca mostrar quais os obstáculos ao crescimento econômico no país e o que fazer para acelerar essa expansão.