Por isso, a avaliação de Duque é de um 2021 difícil nessa área. “O ideal teria sido o governo ter aprovado uma expansão da política social, seja unificando benefícios para focalizar melhor o gasto público, seja alocando recursos de outras áreas, como pessoal, que teriam economia com aprovação de reformas, como a istrativa e a PEC Emergencial. No entanto, nada disso foi feito, de modo que podemos esperar, sim, um aumento relevante de pobreza mesmo em relação ao período anterior à pandemia”, alerta. 265s5g
Um breve retrospecto da situação da pobreza no país ajuda a entender melhor o que ocorreu em 2020. Os dados da SIS, do IBGE, mostram uma redução relevante desses indicadores entre 2012 e 2014. Isso corrobora a avaliação que já foi feita por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mostraram que o programa Bolsa Família conseguiu reduzir a extrema pobreza em 25% e a pobreza em 15% no país nos seus primeiros 15 anos. A partir de 2014, no entanto, a recessão profunda fez com que esses indicadores voltassem a crescer até 2018.
Em 2019, a diminuição da proporção de pobres e a estabilidade no indicador dos extremamente pobres foi obtida sem grandes mudanças na política permanente de transferência de renda, ainda que o governo tenha instituído, apenas naquele ano, o pagamento do 13.º do Bolsa Família. Ainda assim, o ano foi marcado por crescimento tanto no número de famílias recebendo o benefício quanto na fila de espera por ele.