Pico de geração de energias renováveis pode ter causado problema 153o3i

Uma das hipóteses em análise, segundo o site “Poder360”, é de que tenha havido um pico de geração de energia eólica e solar que injetou nas linhas de transmissão mais energia do que a capacidade da rede, gerando uma sobrecarga no sistema.

Dados do ONS mostram que, por volta das 7 horas de terça-feira, a disponibilidade de carga no Nordeste era de 10,9 mil MW. Ela saltou para 17,6 mil MW às 8h31, caindo para 9 mil MW, às 8h34, no pico do desligamento. A carga na região só seria retomada às 14h45.

A possibilidade ganha força depois de uma decisão do ONS de limitar a exportação de energia do Nordeste para o resto do país: ela ou de 13 mil MW para 8 mil MW na quarta (16). Atualmente há sobra de energia na região, e o excedente é enviado para o Sudeste.

Por outro lado, para atender à demanda do Centro-Oeste e do Sudeste, onde estão os maiores consumidores do país, o ONS foi obrigado a aumentar a geração de energia nessas regiões. Uma das consequências foi a redução no fornecimento a partir das eólicas, que, também na quarta, caiu 16 mil GW para cerca de 12 mil GW.

Isso significa, segundo o “Poder360”, que o operador diminuiu o peso das eólicas e das solares no fornecimento de energia do país, disponibilizando mais geração de energia não intermitente, como a de hidrelétricas e termelétricas.

Rafael Herzberg, consultor independente na área, já tinha levantado à Gazeta do Povo, que um dos gargalos poderia estar no fornecimento de energia intermitente, como a solar e a eólica. Ele exemplificou citando o caso da oferta de energia solar. “Ao anoitecer, há uma transição muito rápida. As fontes convencionais têm de assumir uma grande carga que estava sendo gerada por outra”, disse.

A linha do tempo do apagão ao reestabelecimento da energia, segundo o ONS 622543