O papel do grupo de trabalho que o Ministério de Minas e Energia vai formar será muito relevante para analisar o problema. “Há todo um post-mortem a ser analisado”, diz a diretora do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV Ceri), Joisa Dutra. 2c76f

A busca pela origem do problema é uma das primeiras questões a ser tratadas. “Pode demorar até um mês para achar a causa”, diz a especialista da FGV. Até o meio-dia desta terça, havia pelo menos três hipóteses em análise.

Uma, segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, seria uma falha em uma subestação de energia em Imperatriz (MA). Outra, apurada por “O Globo” junto a fontes da ONS, é que teria havido uma falha em uma subestação em Anapu (PA), a 20 quilômetros da hidrelétrica de Belo Monte. Uma terceira possibilidade, levantada por fontes citadas pelo “Valor”, é de que cinco turbinas da usina de Santo Antônio, em Rondônia, tenham saído do sistema simultaneamente.

Uma das questões a ser analisada, de acordo com Herzberg, é a robustez do sistema. Ele destaca que pode haver fragilidades locais – como foi o caso do apagão no Amapá, que aconteceu em novembro de 2020 e deixou quase 800 mil pessoas sem energia durante 22 dias. O problema foi causado pela explosão de um transformador em Macapá e a falta de um que funcionasse como um backup.

Mas ainda há outros gargalos a serem trabalhados, destaca o consultor independente. Um deles está relacionado à oferta de energia solar. “Ao anoitecer, há uma transição muito rápida. As fontes convencionais têm de assumir uma grande carga que estava sendo gerada por outra fonte”, diz.