Segundo ela, as famílias dos estudantes também têm demonstrado confiança nas medidas adotadas pelos colégios. “Fizemos pesquisas com os pais de cada colégio, de cada público, para verificar o interesse em voltar para a sala de aula. Tem os pais que optam por manter-se no sistema remoto, mas a maior parte dos pais optou pelo retorno escalonado, muito em razão do respeito aos protocolos de segurança. Em algumas escolas esse porcentual ficou em 60%, em outras chegou a 80%”, diz.

Nas três unidades do Colégio Stella Maris, os alunos voltaram a frequentar as salas de aula no dia 25 de janeiro, em uma etapa chamada de Jornada do Conhecimento, em que são retomados conteúdos de 2020, antes do início efetivo do ano letivo de 2021, programado para o dia 22 de fevereiro. Na unidade do Juvevê, entre 10% e 15% das famílias optaram por manter as crianças apenas no ensino remoto, conta a diretora Jacqueline Chiarello Daraia.

“A gente tem que ter o bom senso de deixar essas famílias à vontade. Tudo o que precisa ser feito estamos fazendo”, afirma. Antes do início das aulas, a escola realizou treinamentos com as equipes pedagógica, istrativa e de limpeza, em uma parceria com a Rede D’Or, um dos maiores grupos de saúde do Brasil. Além disso, foram realizadas lives para os pais com orientações do pediatra Rubens Cat, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Ele conseguiu trazer uma tranquilidade para as famílias, no sentido de que nós adultos é que precisamos nos cuidar para a crianças, porque elas não são as principais responsáveis pela transmissão do vírus. Existe a transmissão, mas é uma porcentagem baixa”, explica.

Reencontro com os alunos

Manuella Galvão de Camargo Espínola, professora do 2º ano do fundamental I, conta que esperava muito pelo reencontro com os alunos. “Eles [os alunos] sentiram, e nós também sentimos muita falta dessa ligação, afinal nossa profissão é estar em sala de aula, escrever no quadro, chegar pertinho, dar uma mão”, diz

Ela diz que as crianças estão bem informadas das medidas necessárias para se evitar a contaminação pelo novo coronavírus. “Eles estão conscientes, mas às vezes esquecem. Vão brincar lá fora e daqui a pouco a máscara está abaixo do nariz e a gente tem que cobrar. Mas isso já acontece na rotina da sala de aula: ‘senta direito’, ‘não pode riscar a mesa’. Eles estão aprendendo uma regra a mais”, pondera.

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Playground foi desativado como medida preventiva

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Sinalização indica sentido de circulação no Colégio Stella Maris. Fotos: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

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Ocupação das salas foi reduzida à metade

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Manuella Galvão de Camargo Espínola, professora do 2º ano do fundamental do Stella Maris: "Nossa profissão é estar em sala de aula"

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Artur Morales, do 3º ano do ensino fundamental: "Ficar em casa é muito chato"

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Jacqueline Chiarello Daraia, diretoria da unidade Juvevê do Stella Maris: "Tudo o que precisa ser feito estamos fazendo". Fotos: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Na escola, as brincadeiras tiveram de ser adaptadas. “Eu falei para eles: ‘não dá para brincar de goleiro’, porque daí tem que pegar na bola. Então eles fazendo só chute a gol, cada um com uma bola de uma cor diferente. Mas eles mesmos estão criando novas estratégias para brincar. Como não pode encostar no colega, brincam de pega-pega colocando o pé”, conta a professora.

Aluno do 3º ano do fundamental I, Artur Morales conta que está animado por retornar ao colégio. “Ficar em casa todos os dias, não poder ear, é muito chato.” Então eu acho melhor vir para a escola”, diz. “Dá para a gente brincar, fazer atividades, fazer lição junto com os colegas.” Segundo ele, estudar pelo computador é “mais difícil e muito mais chato”.

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