Pelos cálculos da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), com a queda no volume de ageiros e a necessidade da manutenção de uma frota suficiente para que as regras de distanciamento social sejam respeitadas, seria necessário um aporte entre R$ 18 milhões e R$ 20 milhões por mês, durante três meses. O projeto é retroativo a 16 de março, data do decreto de situação de emergência na capital paranaense. 1k40
Entre os vereadores que votaram contrários ao regime de urgência, o principal questionamento foi quanto à ausência de informações sobre os valores previstos para o custeio do sistema, a origem e a forma como será realizado o pagamento às empresas e as regras sobre como serão feitas a higienização dos ônibus e a garantia do distanciamento entre os ageiros. “Todos queremos garantir a segurança do usuário do transporte coletivo. Mas não podemos conceber que a prefeitura encaminhe um projeto com esse grau de importância sem os dados necessários para que possamos avaliar qual o grau de urgência e qual o montante que de fato será destinado ao sistema de transporte coletivo”, disse Professora Josete (PT).
“Não podemos aprovar regime de urgência sem esses detalhes. Nesse momento, não sei se sou favorável ou contrária ao projeto, por não ter essas informações. E, com esse regime de urgência, teremos 72 horas para votar o projeto, e em 72 horas, essas dúvidas não serão esclarecidas”, acrescentou, a vereadora, que propôs adiamento da discussão por cinco sessões, mas a proposição foi rejeitada.
Professor Euller (PSD) questionou a urgência do projeto. “Urgente é investir recursos para realizar teste em massa para o coronavírus. Urgente é ajudar os pequenos e médios comerciantes, que estão em sérias dificuldades. Urgente é direcionar todos os recursos possíveis para manter as pessoas em casa e os profissionais de saúde com equipamentos de proteção. Existem coisas muito urgentes e entre elas não está a destinação de recursos para salvar as empresas de ônibus de Curitiba”, declarou.
O líder do prefeito, Pier Petruzzielo (PTB) argumentou que o contrato da concessão do transporte público prevê que, em caso de redução no volume de ageiros, a prefeitura é obrigada a arcar com a diferença entre o arrecadado pelas empresas e o custo efetivo do sistema. “Então, estamos votando projeto não para rear dinheiro às empresas, mas para diminuir o aporte. Não há, no escopo do projeto, nada escrito que estamos salvando as empresas do transporte coletivo. Estamos salvando o transporte coletivo de Curitiba de não parar no dia 5 de maio. Com 70% da frota e 30% de ageiros, não conseguiremos manter o transporte coletivo funcionando”, disse, afirmando que o projeto faria com que o custo do transporte público em Curitiba fosse reduzido de R$ 79 milhões para R$ 38,5 milhões mensais.