A gente está copilando dados que temos dentro do nosso sistema de bilhetagem eletrônica para, na segunda-feira, apresentarmos aos setores interessados. Vamos identificar as atividades por horário dentro do transporte coletivo. Temos 60% de todo o volume do transporte coletivo comprado pelas empresas através do vale-transporte. Estamos cruzando os dados das empresas com o ramo de atividade delas. Baseado nisso, vamos saber quantos ageiros por tipo de atividade estão se deslocando por hora dentro do sistema. Sabendo disso, poderemos determinar um horário para o início de cada atividade, fazendo uma diluição do horário de pico. Vamos fazer um cronograma de funcionamento por atividade. 533x49

A frota que circulava em dias normais é o máximo que o sistema pode oferecer? Não há ônibus sobressalentes, ou possibilidade de remanejamento para que as linhas de maior demanda tenham, até, mais que 100% da frota?

O 100% da frota é o todo, é tudo o que nós temos. Porém, o 100% da frota, devido à pandemia, só consegue transportar 50% do que se transportava antes. E hoje já estamos transportando 35%. Por isso que precisamos do escalonamento.

A prefeitura de São Paulo determinou a circulação de ônibus apenas com ageiros sentados. Isso é utópico para Curitiba?

Isso é utópico em qualquer sistema, inclusive no deles. Eles não vão dar conta de fazer isso, está todo mundo vendo. O único jeito de se fazer isso é se ar a conter as pessoas para não entrar no coletivo. Os ônibus deixando de pegar os ageiros à medida que atinja essa lotação, e os ageiros do meio do caminho vão ficando. Aqui, é preciso que as pessoas se conscientizem de não entrar em ônibus cheio, porque frequência no sistema existe.

O prefeito Rafael Greca gravou um vídeo se mostrando indignado com a presença de idosos no transporte coletivo. Algumas cidades decidiram suspender a gratuidade para idosos como forma de tentar evitar a presença de pessoas deste grupo de risco nos ônibus. Curitiba cogita isso?

Não queremos cancelar gratuidade dos idosos ou portadores de deficiência. Queremos que haja bom-senso dessas pessoas para que marquem seus compromissos no horário do entrepico, entre 10 h e 16 h, que o horário de menor fluxo. Nesses horário as pessoas teriam conforto e estariam contribuindo para sua saúde e saúde dos outros. Nestes horários, os ônibus estão vazios. Já estamos contatando a migração das isenções para esse horário, mas ainda há alguns insistindo em transitar no horário de pico.

O presidente da A revelou uma preocupação do prefeito com o custo do sistema se os ônibus circularem vazios. Há também essa preocupação?

Há, sem dúvida, essa preocupação. Seria a mesma coisa que um trabalhador querer manter 100% de seus gastos recebendo só 30% de seu salário. Não dá. Então, temos a preocupação com o custo disso também. E temos que ter a medida de virtude nas coisas, para que não tenhamos descomo, desequilíbrio financeiro no sistema e nem desequilíbrio de saúde.

Esse escalonamento dos horários será possível apenas com um acordo com as entidades que representam o empresariado ou será necessária uma legislação para garantir que a regra funcione?

A gente está conversando abertamente com os representantes dos empresários e achamos que é possível fazer isso com entendimento, porque todos são esclarecidos de que estamos numa pandemia e querem preservar a saúde de seus funcionários. Mas, se isso não ocorrer, vamos pedir sim para que isso seja regulamentado por uma legislação, seja do governo municipal ou do estadual.