Bastos enfatiza que o ganho de tempo que o motorista tem ultraando o limite de velocidade em trechos urbanos é tão pequeno que se dissipa rapidamente ao longo do próprio trajeto. “O trânsito urbano tem muitas intersecções, é constantemente interrompido. São semáforos, bloqueios ou mesmo o tempo de espera em que o motorista da frente estaciona o carro. Então o ganho de tempo que o motorista tem acelerando em um trecho ele perde rapidamente já na esquina seguinte”, explica. u5a1a
O professor de Segurança Viária da UFPR destaca ainda que, além de não perder tempo, o motorista economiza combustível com o limite de 50 km/h em Curitiba. Como a velocidade é constante, sem variação brusca na aceleração, o veículo acaba consumindo menos combustível. “É um ganho para o bolso do motorista e para o meio ambiente, com menos emissão de poluente”, complementa.
Na ponta do atendimento, as equipes do Bptran também confirmam que a redução de velocidade diminuiu os acidentes e não atrapalhou a fluidez dos veículos em Curitiba. “A obrigatoriedade da manutenção de uma velocidade média trouxe, sim, redução de acidentes, como também acabou oportunizando uma melhor fiscalização por parte dos agentes de trânsito”, confirma a tenente Fernanda Andrade Santos, relações-públicas do Batalhão de Trânsito da PM.
A policial do Bptran usa uma metáfora para explicar como a adoção de 50 km/h não deixou o trânsito da capital mais lento. “Pense nos veículos como grãos de arroz ando por um funil, que seria a rua. Quando não há limite de velocidade, todos os grãos vão ao mesmo tempo para a boca do funil, o que acaba entupindo a saída, o que deixa a agem lenta. Mas se os grãos de arroz forem dispensados de forma controlada, a agem do arroz será contínua, sem bloqueio no funil. Portanto, mais rápida”, ilustra a tenente Fernanda.