O ritual, segundo denúncia do Ministério Público, teria sido encomendado por Beatriz Abagge e a mãe dela, Celina. Elas eram, respectivamente, filha e esposa de Aldo Abagge, prefeito de Guaratuba à época. Acusadas pela promotoria pública, elas foram a julgamento pela primeira vez em 1998, naquele que foi o júri mais longo da história da Justiça no Brasil – 34 dias. Na época, mãe e filha foram consideradas inocentes porque não ficou comprovado que o corpo encontrado desfigurado em um matagal era de Evandro.

O Ministério Público recorreu da decisão e pediu um novo julgamento, alegando que a perícia da arcada dentária e o exame de DNA provavam que o corpo era do menino. Quase um ano depois, em março de 1999, o júri que absolveu Beatriz e Celina foi anulado pelo Tribunal de Justiça do Paraná.

Beatriz foi condenada por homicídio triplamente qualificado: por motivação torpe (promessa de recompensa a terceiro), meio cruel e porque a vítima foi morta quando se encontrava indefesa. Durante todo o julgamento de 2011, a defesa sustentou que Beatriz foi torturada para confessar o crime, mostrando inclusive vídeos para comprovar o argumento. Em 2016, ela recebeu o perdão da pena com base em um pedido de indulto, concedido a pessoas condenadas a mais de oito anos de prisão que tenham, entre outros requisitos, filhos menores de 18 anos. Beatriz tinha uma filha de 15 anos à época. Já para a mãe, Celina, o crime havia prescrito porque ela já tinha 70 anos durante o julgamento. Quando o réu tem 70 anos ou mais o prazo de prescrição, que é de 20 anos, cai pela metade e na época do julgamento, em 2011, o crime já datava de quase duas décadas atrás.

Outros envolvidos no crime também foram julgados: Osvaldo Marcineiro, Vicente Paulo Ferreira e Davi dos Santos Soares foram condenados em 2004. Duas pessoas foram absolvidas.

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