Esse salto esperado nas vendas da linha completa na região Sul também deve impactar no preço praticado no médio prazo. Isso porque os produtos costumam custar de duas a três vezes mais do que similares de origem animal.
Como citado mais acima, o valor cobrado por uma caixa de leite NotMilk de 1 litro em uma rede sulista é três vezes maior do que o similar. Já o hambúrguer vegetal NotBurger de 200g custa em torno de R$ 19,90, enquanto que um de proteína animal de uma grande processadora de carne bovina sai pela metade do preço.
“Sim, o preço vai cair [com esse aumento nas vendas]. Se pensarmos em cinco a dez anos atrás, quando começou essa tendência em outros lugares do mundo, a diferença era muito maior. Hoje, já podemos ver que, nos Estados Unidos, o leite vegetal custa o mesmo que o de origem animal”, analisa.
Pesquisa feita pelo Bom Gourmet Negócios no varejo online comprovou que uma embalagem de 473ml do sorvete vegetal da marca já pode ser encontrada na faixa de R$ 24, enquanto que o mesmo de origem animal de uma categoria custa a partir de R$ 39,90.
Produção nacional
Vegetais e grãos utilizados na fabricação dos produtos da NotCo.
O aumento esperado no consumo frente à expectativa de queda nos preços também se dá pelo próprio abastecimento da NotCo no mercado nacional. A startup chilena ou a produzir os produtos por aqui há três anos, o que reduziu os custos a mais de 50%.
Ou seja, aquele volume inicial já foi o suficiente para começar um processo de adequação dos preços ao bolso dos brasileiros. E isso deve ser intensificado, segundo o general manager da startup no Brasil.
“Também estamos incentivando as indústrias parceiras nacionais dos nossos produtos a aumentarem a produção, de modo que deixem a proteína animal de lado aos poucos”, conta.
A NotCo produz as cinco variedades de produtos em sete fábricas parceiras no Brasil, em estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. São estas que a startup está incentivando a diminuírem a produção de proteína animal para processarem apenas vegetais.
A crescente demanda projetada de consumo terá, ainda, a homologação de mais uma indústria no país, no estado do Paraná, ainda neste ano. As fábricas parceiras no Brasil abastecem o mercado interno e também exportam o NotMilk para o Chile (sede da NotCo), México e outros mercados internacionais.