A pesquisa da ANR encontra paralelo com outro levantamento recente realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que apurou que apenas quase três em cada dez operações (26%) conseguiram ter algum lucro no mês de fevereiro (mês apurado pela entidade).
Outros 34% afirmam terem operado em equilíbrio – sem ganhos – e o restante ficou no prejuízo. O que mostra que a retomada está sendo desigual, segundo Paulo Solmucci, presidente nacional da Abrasel.
“As parcelas dos financiamentos em atraso e a inflação dos insumos, que praticamente não foi reada para os cardápios, influenciam no resultado dos estabelecimentos”, conta.
A situação é mais complicada para 45% das empresas que estão no Simples (que representam 85% do total de respondentes), com parcelas atrasadas. Destas, 69% pretendem aderir ao Relp, programa de refinanciamento do governo federal.
Vendas multicanal
Embora a inflação esteja fazendo os brasileiros segurarem mais os gastos, os empresários dizem que estão sentindo uma melhora gradativa no movimento. Para 51% dos entrevistados pela Galunion, os consumidores estão retomado os hábitos de consumo de antes da pandemia.
Mas, sem deixar de lado o delivery, que foi tão importante durante a pandemia e que não perdeu força mesmo com a retomada do atendimento presencial. Simone Galante, CEO da consultoria, os consumidores se acostumaram com a entrega em domicílio, e a adotaram no seu dia a dia.
“Os dados revelam que 89% dos ouvidos operam com delivery, e que 71% consideram este canal lucrativo”, conta.
Já para a Abrasel, a saída do Uber Eats do Brasil aumentou a concentração em outras plataformas, principalmente o iFood, que ou a ser utilizado por 94% dos restaurantes brasileiros.
“Continua como uma importante fonte de receita para os estabelecimentos. Mas, o que nos preocupa é a concentração dos pedidos em um único aplicativo, dependência aprofundada com a saída do Uber Eats do Brasil”, reforça Paulo Solmucci.
Segundo a pesquisa da entidade, o concorrente mais próximo, o Rappi, tem apenas 11% de participação das operações do setor.