No caso dos restaurantes, o impacto da redução do ICMS não se reflete de maneira tão evidente quanto supermercados ou grandes redes, por conta do volume e do estoque: algumas vinícolas importam determinados rótulos ano sim ano não, por exemplo. Logo, muito do que já está nas adegas não é impactado pela alíquota menor. O ree, diz o gestor do Terrazza 40, de Curitiba, Marcelo Stebner Campos, fica em torno de 5% no segmento. "Um vinho de R$ 96 caiu para R$ 91, que é uma redução que o consumidor não repara", diz.
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O ICMS mais baixo, entretanto, permitiu que os vinhos ao menos não aumentassem de preço, sobretudo os nacionais, especialidade da carta de vinhos do Terrazza 40; dos 350 rótulos, 150 são brasileiros (a meta de Campos é chegar a 200). O gestor conta que insumos na produção e envase de vinho, como a garrafa, subiram muito: de R$ 3 para R$ 8 o recipiente em alguns casos. "No Rio Grande do Sul, vinhos subiram de R$ 15 para R$ 20 no preço final, o que não ocorreu no Paraná pela diminuição do ICMS. Vinícolas locais com as quais trabalho, como a Araucária, a RH e a Legado mantiveram os preços", diz ele, que é um entusiasta da produção brasileira e incentivador das vinícolas nacionais.
Para Campos, o consumo de vinhos no Brasil, mesmo com os valores elevados por causa do dólar, não deve sofrer perdas: no Terrazza 40 a média de venda é de 1.100 garrafas por mês nos períodos de funcionamento pleno pré-pandemia. "Nos últimos 20 anos o brasileiro aderiu ao vinho como produto", salienta.