Para restaurantes, é
vantagem?
Apesar da aposta dos marketplaces no setor gastronômico, para muitos estabelecimentos resta a indecisão sobre comercializar produtos através desse canal ou por meio de plataformas próprias.
Segundo o consultor Roberto Miranda, proprietário do Instituto de Negócios da Gastronomia, não basta investir na criação de uma plataforma própria. É necessário investir em divulgação.
“Seu aplicativo vai ficar melhor do que o iFood? É impossível competir, então, nada melhor do que usufruir de uma plataforma bem estruturada já existente”, diz ele.
Além disso, Miranda afirma que a presença em marketplaces agrega valor à marca, pois significa oferecer mais alternativas para o consumidor e, portanto, se trata de uma consideração extra ao cliente.
No entanto, ele ressalta que é essencial que o empreendedor compreenda que o volume de produção é muito maior quando se está nesses canais. “É preciso uma estrutura específica para atender a demanda”, completa.
Sobre isso, Luigi Testa, diretor geral do restaurante Eataly - que há um mês ou a comercializar produtos como vinhos, massas, azeites e molhos no Mercado Livre – adiciona que é muito importante ter uma marca forte e bem estabelecida no mercado para se consolidar em um marketplace.
“Após cinco anos fortalecendo nossa presença física, nos sentimos mais confiantes a arriscar em um novo canal. É com certeza um trabalho extra que tem especial impacto nas áreas comercial e de marketing, mas estamos vendo mais benefícios do que esforços”, diz Luigi.
Dentre os benefícios, o diretor ressalta que a presença do Eataly no Mercado Livre gerou maior ibilidade dos produtos por um público muito grande no curto prazo.
Estrutura e logística
O consultor Roberto Miranda enfatiza dois pontos a serem considerados por um restaurante no momento de comercializar em uma marketplace: custos com comissões e aumento na demanda de produção.
O primeiro deles varia de acordo com a plataforma escolhida para a comercialização. Tanto no Mercado Livre quanto na Americangazetadopovo-br.noticiasdaparaiba.com, por exemplo, a adesão à plataforma é gratuita, mas, enquanto as taxas por produtos vendidos na Americanas têm um valor fixo de 16%, no Mercado Livre a comissão pode variar entre 10% e 19%, de acordo com o tipo de publicação feita.
Ambos os valores, segundo Miranda, são altos considerando a média pensada para o setor, de 7%, mas podem ser equilibrados com uma readequação de cardápio, que seja específico para delivery e com insumos mais íveis.
“Se o restaurante é estruturado para trabalhar com marketplace, pensando no componente de distribuição, é super viável fazer a operação funcionar”, relata.
Um cardápio mais simples de ser executado, junto com uma logística de produção bem pensada, como explica o consultor de gastronomia, solucionam a segunda questão: o aumento de demanda.  Para ele, é impossível comercializar produtos em um marketplaces mantendo os mesmos espaço e rotina de produção que atende o restaurante físico.
Minha orientação é repensar o negócio para esse canal, e não, simplesmente, migrar para ele. Ghost Kitchens são um modelo específico de produção para marketplaces, por exemplo”, comenta Miranda.
Segundo o especialista, as cozinhas montadas para o delivery, também chamadas de Dark Kitchens, são investimentos reduzidos e que dão conta da demanda de produção e entrega.
“Com relação à entrega, não podemos esquecer que a embalagem deve ser muito bem pensada e a comida muito bem condicionada e conservada para garantir a satisfação do cliente”, completa.
Relacionamento com o
cliente
Para o restaurante Eataly, a ideia de comercializar vários produtos no Mercado Livre surgiu de uma demanda dos próprios clientes.
“Inicialmente, decidimos vender apenas produtos da adega, mas os consumidores começaram a pedir pelos demais produtos do empório. Então ampliamos as opções”, diz o diretor, Luigi Testa.
Respeitar as especificidades dos clientes nos marketplaces, de acordo com Miranda, é essencial desde que não viole planejamentos financeiros para o canal. No entanto, ele constata que a grande maioria dos consumidores dessa plataforma entende que o serviço oferecido por um restaurante ali será bem diferente do oferecido no estabelecimento físico.
O nível de expectativa, segundo ele, será menor, o que não isenta o estabelecimento da tarefa de educar seu consumidor para aproveitar aquela experiência. Para isso, o contato direto é sempre recomendado.
“Ao comprar uma refeição ou produto gastronômico em um marketplace, o cliente está dialogando com a plataforma e não com o restaurante em si.  O WhatsApp é um canal bem dinâmico e ível para manter o contato. Vale sempre perguntar ao cliente como foi a entrega e se ficou satisfeito; é uma maneira de avaliar o próprio serviço e o do marketplace”, afirma.

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