O café da região do Caparaó é colhido manualmente, apenas com a ajuda de uma derriçadeira, e depois levado para um despolpador, comprado pelo governo estadual e de uso comunitário. Nele, retira-se a casca do fruto e as demais impurezas. O grão então é levado para a secagem em terreiros de cimento (cobertos ou não) ou em terreiros suspensos. O café pode ser secado com a polpa em um processo mais demorado. Todas essas etapas, que são seguidas pela torra e moagem dos grãos, influenciam no sabor do café.

Mas chegar a um produto de excelência não seria possível sem um empurrãozinho dos extensionistas. “Nós vimos que o café daqui tinha um potencial diferente, que podia produzir grãos especiais. Mas os produtores precisavam trabalhar mais o pós-colheita, porém não não tinham os equipamentos”, afirma Agno Tadeu da Silva, engenheiro agrônomo e extensionista rural do Incaper, que começou a trabalhar com os agricultores da região em 2005.

Com o despolpador instalado, há alguns anos, a qualidade dos cafés aumentou exponencialmente e os produtores começaram a conquistar prêmios. “Ganhar esses prêmios é um reconhecimento para a família, um orgulho ser reconhecida por ter o melhor café do Brasil”, diz Altilina, mãe de dois filhos. A mais velha, de 18, já é barista e se prepara para receber os turistas e explicar as nuances e notas nos sabores dos cafés da região.

Outro produtor que está rindo à toa é o tio de Afonso, Manoel Protázio de Abreu, de 64 anos, que possui 30 ha de cafezais divididos entre Minas e Espírito Santo. Com ele trabalham a esposa, Joana, e mais três filhos, além do genro. Manoel produz cafés arábica especiais das variedades catuaí vermelho e amarelo. Dos oito irmãos dele, metade trabalha com cafeicultura. Uma tradição que começou com o avô de Manoel no início do século ado e tem atravessado gerações.

""O cafeicultor Manoel Protázio de Abreu, que planta variedades de café arábica. As plantas são polinizadas por abelhas e ele não usa agrotóxicos na lavoura. Foto: Rogério Machado/Gazeta do Povo

“O melhor desse café está atrás da embalagem”, brinca Manoel, apontando para a foto dele no rótulo do produto, um café que só pelo cheiro percebe-se por que europeus, asiáticos e cafeterias gourmet de todo o país vêm de longe para comprar seus grãos, que entre suas características, além do sabor diferenciado, está o fato de serem polinizados por abelhas e estarem livres de agrotóxicos.

Mais informações como esta no site agrifamiliar.com.br .

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